António Moura, Universidade do Porto
O mais antigo vestígio da utilização de metais, são pequenas contas de cobre nativo encontradas no norte do Iraque possivelmente usadas como ornamentos, há 10000 anos. Há 2015 anos o mundo conhecia apenas 8 metais: ouro, prata, cobre, estanho, ferro, chumbo, antimónio e mercúrio. O nono metal a ser usado (o zinco) terá tido a sua primeira utilização cerca de 1200 d.C. Três desses metais (ferro, cobre e ouro) permanecem ainda hoje como os mais importantes recursos metálicos. O ouro é extraordinário por cinco características: ductilidade, raridade, densidade, cor e inalterabilidade. Ainda hoje permanece o mais cobiçado dos metais. Porém, o metal de maior valor global é o ferro em virtude da sua produção desmesurada (3 110 000 000 toneladas de minério de alto teor, só em 2013), sempre a aumentar (é o triplo do que era há 15 anos). Na Antiguidade a prata era muito apreciada, tendo havido um período em que a sua raridade a tornou (localmente) mais valiosa que o ouro. O cobre é o segundo (e último) metal de cor (não cinzento) sendo também, tal como o ouro, encontrado por vezes na forma nativa. O começo da sua utilização pela Humanidade perde-se na Pré-história…). Atualmente é o segundo metal em importância económica e o terceiro em tonelagem produzida. Conjuntamente com o estanho permitiu a Idade do Bronze (período ~3000 a.C. aos 1000 a.C.). O chumbo foi muito usado pelo Império Romano em canalizações e em recipientes para vinho. Apesar de ser tóxico a sua extração continua a aumentar. Compostos de antimónio (um semimetal) hoje são usados em têxteis e plásticos como substâncias incomburentes. O mercúrio era conhecido dos Gregos e dos Chineses vários séculos a.C. Por ser extremamente nocivo é um dos raros recursos que está em decréscimo económico.
São apresentados dados referentes às características geológicas e económicas dos jazigos minerais e dos minérios dos 8 metais, nomeadamente, a mineralogia, o teor dos jazigos, a tonelagem anual produzida, o valor, os principais países produtores, os tipos de jazigos e a localização mundial dos principais depósitos. Será salientado o papel do Conhecimento metalogenético como ferramenta imprescindível na prospeção de novos depósitos.
ANTÓNIO MOURA
ANTÓNIO MOURA, nasceu no Porto. Licenciado em Geologia pela Universidade do Porto, possui o mestrado em Geoquímica pela Universidade de Aveiro e o doutoramento em Geologia pela Universidade do Porto. Tem uma pós-graduação em Jazigos Minerais da Europa pela Universidade de Toulouse (França), e em Inclusões Fluidas pela Universidade de Pavia (Itália). Foi geólogo de prospeção na empresa Comital e geólogo na empresa Somincor (mina de Neves Corvo). É Professor Auxiliar no Departamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território da FCUP. É autor de trabalhos de investigação apresentados em congressos nacionais e no estrangeiro, e de trabalhos publicados em revistas nacionais e internacionais. Publicou os livros Metais e semi-metais de Portugal (Ed. Palimage, 2010), Recursos Geológicos de Portugal, em coautoria com J.L.Velho. (Ed. Palimage, 2012) e Geologia Económica dos Elementos Não Metálicos (2013).