Carlos Fiolhais, Universidade de Coimbra
A evolução das nossas ideias sobre a luz decorreu sempre da conjugaçção da observação e da experimentação com o raciocínio. A história da luz, por breve que seja, terá de incluir figuras como Galileu (telescópio), Descartes (arco-íris), Newton (espectro do visível e natureza corpuscular da luz), Herschel e Ritter (infravermelhos e ultravioleta), Young e Fresnel (natureza ondulatória), Maxwell e Hertz (ondas electromagnéticas), Roentgen (raios X), Becquerel e Curie (raios gama), Planck, Einstein e Bohr (teoria quântica e fotões), De Broglie e Schroedinger (natureza dual).
Neste Ano Internacional da luz, contam-se algumas das histórias mais interessantes da história da luz, histórias essas que iluminam o modo como se faz Ciência.
Foi com base num conhecimento cada vez melhor da luz que foram desenvolvidas aplicações que “iluminaram” o mundo que habitamos. O caso do laser ilustra bem o enorme poder da ciência. No início não passava de uma descoberta à procura de uma aplicação; não encontrou uma, mas sim muitas. As aplicações da ciência surgem por vezes onde e quando menos se espera. A relação entre ciência pura, ciência aplicada e aplicações na vida quotidiana é tudo menos previsível.
CARLOS FIOLHAIS
Nascido em Lisboa em 1856, é doutorado em Física pela Universidade de Frankfurt e professor na Universidade de Coimbra. É autor de 140 artigos científicos, entre os quais o mais citado de autores em Portugal. É autor dos livros “Física Divertida”, “Nova Física Divertida” e “Darwin aos Tiros e Outras Histórias de Ciência”, na Gradiva, entre vários outros, alguns traduzidos e publicados no estrangeiro. Publicou recentemente “História da Ciência em Portugal” e “Biblioteca Joanina”. Dirigiu a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra e dirige hoje o Rómulo – Centro Ciência Viva daUniversidade de Coimbra. Dirige a área do Conhecimento da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Recebeu vários prémios e distinções, entre os quais o prémio Rómulo de Carvalho, o Globo de Ouro da SIC e a Ordem do Infante D. Henrique.